sábado, 16 de novembro de 2013

Análise Gourmet

Todo crítico de gastronomia que se preze faz uso das sugestões de seus leitores para selecionar os restaurantes que serão avaliados. Como grande analista gastronômico que sou, eu não poderia deixar de trazer minha crítica sobre o restaurante mais comentado pelos politécnicos, o Bandejão. E só posso começar a critica com: o restaurante mais marcante na minha vida.
Existem divergências sobre quantas vezes um crítico deve visitar um restaurante para então publicar sua opinião, a maioria deles visita o estabelecimento apenas uma vez. Eu visitei esse restaurante diversas vezes por semana nos últimos três anos, portanto acredito que tenho um espaço amostral suficiente para analisar todos os aspectos importantes do local (lembrando que todas as visitas tiveram como único objetivo a produção desse artigo que você está lendo). Da mesma forma em que há divergências sobre o número ideal de visitas, também não há unanimidade sobre o número de pratos que devem ser experimentados. O normal é se experimentar 6 pratos: duas entradas, dois pratos principais e duas sobremesas. Mas nas vezes que fui ao Bandeco e pedi carne e ptv e/ou duas sobremesas, eu não recebi um tratamento muito amigável das “tias” então aprendi a fazer avaliações gastronômicas com apenas um pedaço de carne e uma goiabinha.
Todos os dias, não tenho um maitre pra me dizer qual o prato mais relevante ou qual a sugestão do chef mas tenho o grande prazer de escolher entre duas opções incríveis de cardápio e geralmente escolho a mais próxima de onde estou ou a com menos fila. Falando em fila, acho que ela é o grande charme do restaurante, é o local que mais tem conversa, é o local onde há a maior expectativa e é o lugar que aumenta nossa fome e faz com que possamos saborear com mais vontade a excepcional refeição que nos espera duas vezes ao dia.
Para que eu possa ter uma avaliação precisa de todos os pratos que julgo, aprendi a estabelecer padrões de tipos de comida a partir do melhor exemplar de cada tipo de comida que já provei. Por exemplo: meu padrão de frescor ideal em um camarão, por exemplo, vinha de um restaurante de pescados litorâneo. Já o de cozimento vinha de um restaurante francês paulistano. Entretanto, com o passar desses anos de graduação, todas as minhas referências de comida excepcional se voltaram para esses presentes dos deuses que hereges chamam apenas de Bandejão. Minhas fichas de avaliação que se dividiam em couvert, entrada,prato principal e sobremesa e que dividiam os comentários em quesitos importantes para qualquer receita: apresentação, temperatura, qualidade dos ingredientes, cozimento, tempero e harmonia da receita são todas rasgadas quando vou comer em um dos quatro pontos mais importantes da Cidade Universitária Armando Salles (Central, Física, Química e Prefeitura), porque todos os quesitos são marcados como “perfeitos”.
É óbvio,claro e evidente que esse texto pode ser preenchido por vários “só que não”, já que eu estava falando do Bandejão e não de um jantar comemorativo oferecido por Zeus aos humanos. Entretanto, o nosso badalado restaurante universitário cobra apenas R$1,90 para encher nosso bucho no almoço ou jantar. E valorizem todos os animais, vacas, porcos e frangos (principalmente e muito mais frequentemente/quase diariamente frangos) que são sacrificados para podermos no alimentar
Jean Michell
Engenharia Civil – 3º ano



domingo, 13 de outubro de 2013

Power Point

Texto escrito por um grande amigo e publicado no jornal O Politécnico em setembro de 2013:



"Ele virou filme e ajudou a ganhar um Prêmio Nobel da Paz. Veio para facilitar a vida de todos, sempre presente nas salas de aulas das melhores universidades do mundo e em reuniões de grandes empresas. Arrisco até a dizer que uma nova era se iniciou após seu nascimento. Tenho certeza que você já o identificou após essa introduçãozinha barata. Pois é caro leitor, estou falando do Power Point.
Todos conhecem essa ferramenta mundialmente utilizada, prática, de fácil entendimento, feito para se ilustrar conteúdos que se queira passar para terceiros. Parece muito bonito e prático para uma boa aula, porém, muitos professores não utilizam apresentação de slides para ilustrar suas aulas, com figuras, vídeos ou tabelas, mas o utilizam como sua própria aula. Enchem as apresentações de textos e mais textos. De repente, aparece uma figura que, após tantos textos, nem se sabe mais como ela se relaciona com a aula.
A impressão que tenho é que alguns professores se utilizam do crtl +c e crtl +v para evitar a fadiga. Já me acostumei até com slides que misturam partes em português e em inglês, já que copy and paste não vem com Google translator. But, it’s not a problem, a Fuvest approves que everybody sabe English.Mas o ápice da falta de vontade em preparar uma aula que eu presenciei, foi em física II, em que havia slides completamente em francês.
Todo esse descaso em preparar e dar aula só provoca (mais) desinteresse do aluno pela aula.E pra piorar, quando esse aluno for se preparar pra prova, vai ter que usar justamente os slides, tornando os estudos um imenso desprazer. E coisas assim que contribuem para a cultura medíocre do cinco bola. Passar nessas disciplinas representa um grande alívio, independentemente de se aprender ou não o conteúdo.
Não sei qual o problema com o famoso trio GLS (giz, lousa e saliva), escolas do mundo inteiro sempre funcionaram assim. O professor vai construindo o conhecimento junto com o aluno, de modo que este tenha tempo hábil para assimilar todo o conteúdo. E ilustração desse conhecimento que está sendo construído seria ótimo para tornar a aula mais interessante (ou menos maçante pelo menos), mas jamais deveria substituí-la. Infelizmente muitos professores não percebem isso, devem ter tido aulas de didática com slides.

                                                                                                              Diego Andriolo
                                                                                                              Engenharia de Minas – 3° Ano"

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Veja bem, creio que esse foi o momento ideal da sua partida, antes que todo esse meu silencioso respeito se tornasse uma maldosa indiferença. Algumas lágrimas caem do meu rosto enquanto tento traduzir tudo o que sinto nessas míseras palavras, missão complicada essa.Entre os livros de clínica e cirurgia lembrei de nós. Lembrei-me dos nossos sorrisos, das historinhas ridículas e dos causos que só nós sabemos. E de verdade, não doeu. Não doeu por que hoje não passam de míseras recordações, fatos que não são capazes de disparar a vontade de vivê-los novamente. A casa está mais silenciosa e confesso que até mais espaçosa, uma sensação diferente que não presenciava há um tempo. Acostumei com a televisão sendo a única voz do cômodo e as luzes acesas quando vou dormir. É meio trágica a sensação de uma “vida” se desfazer e não sentir nem um pouco de tristeza por isso. Não há uma outra pessoa ou outro sorriso que justifique essa mudança, se há algo a mais nessa história seria eu mesma. Por trás de tudo isso há certa culpa, parece egoísmo demais pensar em si mesmo quando se abandona um sentimento de tanto tempo. Alguns dizem que é o tal do amor próprio, mas há uma vontadezinha lá no fundo de conhecer novos ares e de viver todo esse potencial que a vida tem para oferecer sem compromisso com hora marcada ou tempo de vida útil. Depois de tanto tempo percebi que éramos as pessoas certas no momento errado. Ambas as partes não estão maduras o suficientes para encarar a vida, hoje vejo que é uma necessidade minha crescer. Crescer como pessoa, profissional e até crescer com coração. Não vou mais atender as suas ligações e seus pedidos de reencontro. O telefone vai tocar até você se cansar e também resolver abandonar esse barco de vez. As fotos vão continuar no meu computador, mas não vão despertar saudade, mesmo que em algum instante sim, será pela felicidade do momento, não pela companhia. E depois de tudo o que aconteceu, meu coração vai pensar inúmeras vezes antes de amar alguém....
Leyri

domingo, 8 de setembro de 2013

Lembrança


Maldade é nossa mente perder a fisionomia e a voz de alguém que tanto gostamos e não convivemos mais diariamente. Uma luta desleal na tentativa de não esquecer o sorriso, a risada e até o arquear das sobrancelhas. É a loucura de sentir o perfume daquela pessoa ao caminhar na rua  e olhar em todas as direções na vã intenção de encontrá-la entre tantos rostos. Fechar os olhos e desejar de volta a sensação de abraçá-la. Ficar com aquele sorrisinho de lado ao lembrar-se das conversas e avermelhar-se recordando dos beijos no portão.  Alivia-se com um sonho, por mais bobo que seja,  só por ter de volta quem tanto se gosta. Ele era a busca incessante da minha mente nesses últimos meses. Não correspondia nem um pouco aos meus padrões de algum tempo atrás, de certa forma antes o trataria com certo descaso. Com esse jeito diferente foi o único que me tirou do comodismo e isso faz com que eu o odeie demasiadamente, mas ao mesmo tempo seja a minha obsessão predileta.  Agora a porcaria do Oceano Atlântico nos separa e aquela maldita música insiste em tocar no rádio todos os dias, somente para lembrar-me que saudade dói. Raiva é o que eu sinto só de pensar em todo esse turbilhão que ele causou em mim e depois decidiu pular fora. Assim é fácil, né? Colocar lenha na fogueira e não colocar a mão para ver o quão quente está? Se minha conta bancária e os créditos do meu celular permitissem eu ligaria... ligaria para falar que não é justo encher meu mundo de ilusões, que não é nada justo me deixar perdidamente apaixonada e sumir da minha vida sem nem uma previsão de voltar! Eu juro que um dia eu ligo e vou falar de todas as noites em claro que passei pensando no seu beijo e da vontade de te ter ao meu lado vendo as estrelas. Vou berrar no telefone que se ele  não voltar, vou buscá-lo e forçá-lo a ficar pra sempre comigo. Por bem ou mal, será assim... ele vai ser meu, não sei quando, mas vai ser...


Ley

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Metamorfose Ambulante

No inicio, ela era apenas mais um estranha que aparecia onde eu moro. A casa é grande e aparece todo tipo de gente. Durante alguns meses, ela se mostrou mais estranha que a média. Toda cheia de piercings , com infinitas malas e um peixe , ela não me agradou muito inicialmente. Seu silêncio também não ajudava a conhecê-la.
Ainda bem que esse negócio de que a primeira impressão é a que fica não acontece comigo. No inicio desse ano, aquele menina estranha foi mostrando outros lados. Ela continuou a se mostrar estranha, mas era uma estranha interessante. Era estranho ver ela falar com facilidade coisas que outros esconderiam até o fim da vida e ao mesmo tempo era interessante ouvir aquilo e poder sem sincero também.
Quando passei a me aproximar dela, fiquei sabendo que ela iria partir no futuro. Ouvi falar da partida, não gostei e ignorei porque era mais produtivo ir pro quarto dela conversar ao invés de ficar lamentando a partida.
Outros meses se passaram e ignorei a data de ir embora. Segui conversando com aquela menina diferente. Me acostumei a trocar idéia com ela todos os dias. Mesmo quando não tinha nada pra falar, era divertido fazer uma careta no corredor pra fazê-la rir e desfazer aquela cara séria sem motivo.
Agora que ela se mudou e foi buscar algo melhor em uma cidade distante, tenho que me acostumar em não mais ver aquele rosto engraçado na janela, a não mais conversar sobre a vida num momento de ócio e nem a zoar ela por sua risada engraçada. Acredito que ela se encaixe bem na música de Raul Seixas , “metamorfose ambulante”, e faz parte dessa metamorfose essa nova mudança.
A casa volta a se esvaziar um pouco. Outro ciclo de renovação começa. Espero que outras pessoas legais ocupem seu espaço na casa. Espero também que nossa amizade se conserve sincera e engraçada. Boa sorte na nova empreitada.

Jean

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Outra noite que se vai...


Entre as quatro e cinco da manhã de sábado ele interfonava no meu apartamento. Isso já tinha se tornado uma rotina e de certa forma eu me preparava. Debruçava-me  sobre algum livro ou assistia uma série idiota na tv enquanto esperava as horas passarem. A cafeteira  era direcionada para três canecas e o cheiro invadia a sala. Ele chegava, com aquela mistura de álcool e cigarro, cabisbaixo  e logo abria o armário em busca de uma caneca.  Sentava-me em uma das cadeiras enquanto ele ficava lá olhando para a cafeteira, arrumando alguma forma de me contar o que estava acontecendo.  Era sempre a mesma história: os amores semanais que terminavam na sexta-feira. Já tinha perdido as contas das colegas de serviço, calouras da faculdade e até mesmo a vizinha do 12º andar. O mesmo discurso, a mesma cantada, o mesmo convite e os finais não poderiam ser diferentes.  Sendo sua melhor amiga  vi inúmeras paixonites ganharem forma e cor, muitas vezes até bancando o cúpido da história. Também vi o fim de várias e o reergui da temível fossa.  Agora ele me contava que a loirona com quem tinha saído não passava de uma mulher interesseira e que seus gostos eram de longe compatíveis. Escutava tudo aquilo calada, somente acenando com a cabeça, concordando com o que ele dizia. Mal sabia que a minha vontade era de voar no seu pescoço e enforcá-lo até entender que a pessoa certa que tanto buscava estava diante dos seus olhos. Só eu sabia que ele odiava cebola no macarrão, do ciúme da coleção de discos e de seu hábito de dormir com os pés para fora da coberta. Era eu que estava presente na colação de grau, no dia que o cachorro dele morreu e quando quebrou o braço por  causa de uma ex.  Rimos juntos dos arranhões da lataria do carro, das fotos de infância ridículas e dos meus pudins que nunca davam certo. Poderia escrever um livro com tudo que sabia e tinha vivenciado ao seu lado. O significado de cada olhar e gesto, da fala tranquila e do sorriso que me fazia fechar os olhos e suspirar.  Inúmeras vezes voltei para casa mais cedo ou fiquei bêbada na tentativa de  não vê-lo com outra pessoa.  A solidão era cruel e apontava a minha falta de coragem de me aproximar. Eu queria gritar que ele não passa de um babaca mimado e que eu o amava há muito tempo, somente  uma chance para provar o quanto ele poderia ser feliz.  Ele acabou adormecendo sobre a mesa e tive que arrastá-lo para o sofá. A luz atravessa a janela  tingindo  a sala com as cores da manhã, o café esfria enquanto penso no que faço...

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Procura-se um namorado



 
Não, eu não estou encalhada muito menos no ápice do desespero da carência. Já que toda panela tem sua tampa e estou bem longe de ser uma bacia (aqueles que se titulam seres perfeitos e que não necessitam de uma tampa) deixo aqui meu recado. Vai que alguém que se encaixe nesses padrões lê isso aqui e resolve me encontrar.

Procura-se um namorado, não precisa ser bonito. Pode ter aquela barriguinha de chope (acho até mais charmoso homem gordinho!), mas que ao sorrir me faça pensar na alegria de estar ao seu lado. Não precisa ter religião, mas que tenha fé. Fé nele, em mim, em nós e em tudo o que o amor pode construir. Procuro um namorado que não tenha o carrão da moda, mas que ao andar comigo faça-me sentir a Miss Universo. Alguém que me leve na feira para comer pastel e que um dia queira encher a casa de filhos (se quiser ter dois já está ótimo!). Procuro um namorado que não saiba falar três idiomas, mas que tenha paciência durante as minhas tpms e minha indecisão ao escolher uma roupa para sair. Alguém que me chame para ver as nuvens em uma tarde de domingo e que também goste de andar descalço. Alguém que não me leve a um restaurante caro, mas que ao fazer um brigadeiro de panela me convença a burlar a dieta. Procuro um namorado que não tenha o melhor salário da empresa, mas  que me abrace quando eu me sentir a pessoa mais feia do mundo. Alguém que deixe um bilhetinho de bom dia na geladeira e que goste de tomar banho na chuva. Procuro um namorado com caráter e princípios, sério na medida certa, mas que arranque meu riso nos momentos difíceis. Procuro um namorado que queira assistir um filme na tv, mesmo depois de uma tarde toda jogando futebol. Se alguém for tudo isso aí em cima, favor responder a este pobre coração que escreve. Prometo ser uma namorada quase perfeita! Almoço com a sogra,faço lasanha e juro que tenho pouco ciúmes, mas por favor.. apareça...

terça-feira, 30 de julho de 2013


Quinta-feira de manhã. Enquanto a cafeteira funcionava, fui à janela checar o tempo. O céu estava cinza, mas não tão melancólico quanto o meu estado de espírito. Minhas roupas eram pretas e coincidiam com meu luto. Não havia perdido nenhum parente ou amigo, era a morte de um sentimento.

 Olhando um casal entrar em seu carro no estacionamento, algumas lembranças de nós vieram à tona. Recordei do dia em que nos conhecemos, do primeiro beijo, da sua risada a me ver cantando com meu péssimo inglês. Dos beijinhos na testa quando eu estava triste e me levar um chocolate sempre que pedia. O carro foi embora e com ele esses bons momentos.  Recordei-me de todas as coisas ruins e das mágoas que elas deixaram.  Das nossas brigas, de você ter ignorado meu aniversário e ainda dizer que comemorações não eram importantes.  Dos seus amigos fúteis e de você não ter nenhum plano ou perspectiva para nós. Fechei meus olhos e senti meu coração partido em mil pedaços. Ao mesmo tempo certo alívio, aquele momento em que você não sente mais um nó na garganta. Eu não era mais uma criança para chorar desconsoladamente, tinha que seguir firme, aliás... eu tinha um vida toda pela frente. Lamentava por ainda gostar um pouco, mas era ciente de que aquilo não me fazia bem, muito menos se concretizaria em algo duradouro.  A cafeteira apitou, sinalizando que o café estava  pronto e em uma última olhada pela janela pensei suspirando: acabou! 
 
L.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Encontro


O relógio marcava 15h30min e eu já estava pronta. Já tinha passado várias vezes em frente ao espelho e em todas elas conferi se havia algo errado. Andava de um lado para o outro dentro do apartamento na tentativa do tempo passar mais rápido.  Eram 15h45min e se eu não saísse de casa iria enfartar ali mesmo e encontrariam meu pobre corpinho dias depois caído no chão. Catei o primeiro livro que vi na frente, era um de biologia, para causar uma boa impressão e disfarçar a ansiedade do encontro. Desci correndo as escadas por que o elevador demorava demais. O porteiro abriu a porta e sorriu com um boa tarde, estava tão nervosa que não sei se respondi. Passos rápidos na calçada enquanto minhas mãos suavam ao segurar o livro. Era ali, na pracinha entre a T-37 e  a 36. A fonte estava ligada e crianças brincavam sob os olhares das mães e babás. Algumas velhinhas conversavam sobre a Saga Crepúsculo e a diferença do romantismo dos livros de sua época.  Eu estava sentada, em um mundo paralelo, olhando minuto a minuto o relógio torcendo que a hora combinada chegasse. Uma ultima olhada no relógio e ele marcava 15h55min, comecei a pensar seriamente se meu vestido longo branco com flores roxas tinha sido uma boa opção. Estava riponga demais, fora o fato de estar de chinelos. Meus pensamentos foram interrompidos com o latido de um cachorro do outro lado da rua. Incrível como aquele lugarzinho parecia não pertencer a Goiânia,  as pessoas estavam ali curtindo a vida em plena tarde enquanto o caos do transito se estabelecia em algumas ruas abaixo.  Abri o livro de biologia.  Meiose, mitose e isso não me agradou. Pulei para botânica e passei os olhos correndo em alguma coisa sobre briófitas. Fui folheando o livro sem saber direito o que queria ler. De repente senti uma mão nos meus ombros e uma voz me chamar em um tom tão doce que nunca havia escutado. Ao me virar deparei com um dos sorrisos mais lindos e alegres que tinha visto... sim, ele estava ali :)

sábado, 20 de julho de 2013

Ele disse adeus...


Sei que para você é um pouco estranho eu estar sentindo algo assim sem ter convivido direito contigo e por estarmos separados por um bom tempo, nem eu consigo entender.  Simplesmente me envolvi aos poucos. Ficava esperando o dia todo para falar com você , me alegrava quando respondia as mensagens. Uma imensidão de coisas simples  que foram ganhando importância a ponto de me irritar às vezes.
Não sei nós erramos ao falar tanta coisa no msn. Podia ser uma grande brincadeira, mas eu levei a sério. Foram as entrelinhas e a sintonia que me deixavam uma boba relendo inúmeras vezes as nossas conversas, as despedidas com "beijos e mais beijos"e que no final sempre terminavam com um “se cuida”.
Acho que no fim ter te visto me fez bem, de certa forma sei que tudo que aconteceu não foi só uma fantasia minha e por isso eu precisava arriscar. Creio que se nós nos tornássemos mais amigos eu não faria o que fiz. Não sei se a gente vai se afastar de vez, mais do que estamos agora... sei lá.. só o tempo, esse maldito tempo vai dizer...

Acho que  nada apagará as lembranças, elas adormecem no coração, mas sempre acordam com um singelo detal he que remete a você. O perfume, um rosto parecido, o jeito de conversar semelhante são fatos que fazem reviver um sentimento e uma dor. Essa dor é a da perda e ela parece ser eterna. Eterna também é a lembrança de você ser o último abraço que eu não pude dar. E se existe algum bom motivo da alegria dos primeiros meses em Goiânia é você!

sábado, 22 de junho de 2013

Outra Vez

     Ele voltou! Minhas pernas tremeram quando reconheci o dono do óculos à La Jonh Lennon a alguns passos de mim. Filho da mãe! Só estava incrivelmente tentador naquele jeans rasgado, mil vezes mais do que quando o conheci. Fiquei paralisada, parecendo uma idiota sem reação. Ele, com aquele jeito malandro, desceu o óculos até a ponta do nariz e me analisou da cabeça aos pés descaradamente e ainda por cima abriu um sorrisinho. Cretino! Balançou a cabeça me censurando sem perder o sorriso malicioso, juro que quis matá-lo naquele momento. Me senti uma árvore de natal diante da pessoa que me conhecia do jeito mais simplório possível. 

    Que arrependimento de ter saído de casa naquela noite, naquele horário e de ter ido naquele bar!! Se eu me atrasasse por mais 15 minutos com certeza não teria topado com aqueles maravilhosos olhos castanhos... Malditos olhos castanhos! Não possuem nada de especial, mas me deixam presa e envolvida por eles. Ele estava diante de mim e eu sem saber o que fazer direito, para não ficar chato, sorri amarelo (apesar de estar roxa igual uma corintiana em dia de clássico). Chegou mais perto, me deu um beijo na bochecha e senti aquele perfume que por tanto tempo era rotina em minha vida. Já havia sentido o mesmo cheiro, mas nunca era a mesma coisa de quando ele usava. Fiquei ali embriagada numa mistura de cheiro e lembranças por alguns segundos. “Acordei” enquanto ele contava sobre alguma viagem, para algum lugar distante que eu nem sei, e que isso justificava seu sumiço por aquele tempo. Eu não estava dando a mínima atenção para o assunto enquanto observava aquele doce sorriso mastigar todo o meu juízo. Ele me deixou desarmada, todo o meu discurso de mulher bem resolvida em frente ao espelho se perdeu quando fiquei cara a cara. Ele me contou de uns lugares diferentes, de ter escutado a nossa música dos Engenheiros em um boteco de estrada e que pensou em ligar. Olhando aquela barba por fazer desejei aquele ser jogado no meu sofá, de escutarmos rock tão alto até os vizinhos reclamarem, do brigadeiro de panela depois da balada e dos abraços suados depois dos gols do futebol. Desejei a blusa de frio emprestada, daquele jeito malandro que me fazia rir quando menos esperava, desejei ser quem eu era com ele... calça jeans e pé no chão, cabelo preso e riso solto. Sem máscaras, sem truques, sem mentiras. Aquele cara que não vale nada me fazia sentir a pessoa mais feliz do mundo, me amando do jeito torto e desengonçado de levar a vida. Agora ele estava ali na minha frente, sem nem sonhar que já me tinha nas mãos nos primeiros minutos do reencontro. Aqueles malditos olhos castanhos me fitaram enquanto eu desejava uma única resposta, uma única palavrinha que respondesse o que o meu coração tanto queria...

Ley

domingo, 26 de maio de 2013

Meu pequeno raio de Sol

Dizem que sou muito novo pra isso . Alguns fazem questão de rir da minha cara ou apenas me ignoram. Os mais velhos se sentem superiores e acham que não sei o que to fazendo. Não importa. Faço o que acredito. Ela é tudo pra mim. Pensar no seu olhar me inspira ao amanhecer. As outras garotas ficam em segundo plano ao seu lado. Sou novo mas acho que já sou careta. Levo pra ela essas flores na esperança de se notado e de conquistar o sorriso mais belo de todo o jardim da infância.
Jean
Leyri

domingo, 12 de maio de 2013

Minha Mãe De Novo



Há alguns dias, pensei comigo mesmo: “não vou escrever outro texto pro dia das mães. Já escrevi ano passado. Chega de ficar falando da minha “véia” pra todo mundo. Ninguém vai querer ler texto repetido. As pouquíssimas pessoas que abrem essa página, merecem ler coisas novas.”
Tudo estava indo segundo meu plano de não falar do mesmo assunto de novo, até que a mesma moça do pastel surgiu outra vez esse ano(Pra quem não leu o outro texto, o link é esse: http://100terporque.blogspot.com.br/2012/05/mae.html). Fiquei meses sem vê-la e por pura coincidência, a vi ontem na véspera do dia das mães. Quando olhei pra ela, todos os pensamentos do texto anterior sobre minha mãe vieram a minha mente instantaneamente.
A partir disso, comecei a pensar: “por que não escrever outro texto pro dia das mães? Aquele trem lindo e maravilhoso que vive tão longe de mim continua a me fazer muita falta. Lembro dela todos os dias. Sinto falta do seu boa noite, todas as vezes que vou dormir. Sinto falta de sua presença ao meu lado, todos as refeições que cozinho minhas porcarias. O sentimento é o mesmo um ano após tudo aquilo, logo tenho outro texto.”
Minhas palavras não são tão belas quanto as que ela merece mas o carinho que coloco nelas é enorme. Espero que esses anos sem ela comigo no dia das mães já estejam acabando. Torço para que daqui pra frente eu sempre consiga estar com ela nessa data que é sua mas que seria perfeita pra mim se eu pudesse vê-la. Talvez ano que vem eu possa ir pra terra do pequi para vê-la. Talvez ela possa vir me visitar na selva de pedra paulista. Ou talvez nos encontremos em Fernando de Noronha pra curtirmos seu dia na praia, tomando água de coco e comendo camarões (o governo ainda não me cobra imposto por sonhar, então me aproveito bem desse artifício).
Estou tentando ligar pra ela agora mas só cai na caixa. Tomara que esse filho carente aqui consiga um pouquinho de atenção até a hora do almoço. Obrigado por lerem mais um texto de mesmo tema e ajudarem um filho distante a se expressar.
Jean

sexta-feira, 29 de março de 2013

Sereia


Ela é uma sereia. Se não é uma sereia pra todos, é pelo menos um sereia pra mim. Seu corpo, seu olhar, seu toque e seu cantar são inigualáveis. Sem falar em seu hipnotizante sorriso. Tento me conter e me comportar. Prometi ser sensato e controlar meus instintos mas mais uma vez não foi possível. Suas pernas substituem muito bem sua cauda fora do mar, seu andar e seu rebolado são sobrenaturais.
“Mas, além de tudo que conhecemos, existe uma outra história, um outro conhecimento de ciência e espiritualidade, um nível supremo inimaginável do que é a magia, do poder sagrado da sexualidade, das forças da natureza, que podem aliar-se conosco, assim como também podemos nos unir a ela, sentindo-a parte nossa, voltando a recordar que somos parte sua.”
Já quis puni-la, talvez tirar a vida dela pelo o que ela fez com a minha mas no momento seguinte penso que talvez não seja maldade dela. Talvez seja simplesmente o seu jeito de ser  e viver. Machucou-me mais de uma vez mas não podemos castigar instintos naturais. As sereias não são malvadas, simplesmente se deixam levar por seus sentimentos e instintos e embora do nosso ponto de vista seja aparentemente uma forma selvagem de vida, para elas é um ato de amor.
Meu coração se dirigiu a ela e nunca mais voltou. O coração dela já veio até mim e foi embora muitas vezes.
"As asas da sereia são amor de mulher, que ela está pronta a dar e a retomar"Pierre de Beauvais.
Jean 

segunda-feira, 18 de março de 2013

Chorão



O dia começou como qualquer outro. Acordei cedo preparado para uma aula boa e outra ruim, nada fora do padrão. Já durante a segunda aula da manhã, recebi a notícia de que o Chorão havia morrido. Aquilo mexeu comigo. Minha aula predileta desse semestre se tornou desinteressante. Eu já não queria mais saber sobre a diferença entre ondas de oscilação e ondas de translação. Eu só queria pensar um pouco sobre a vida.
Primeiramente, pensei na falta que ele ia fazer. Não terei mais músicas novas do Charlie Brown para mexerem com a vida. E sempre que ouvir algo da banda, me lembrarei que o maior responsável por tudo aquilo faleceu. Chorão se foi. Isso não dava pra mudar mais. Restava-me aproveitar um pouco da sabedoria que ele nos deixou e logo me lembrei que ele cantava que “só o que é bom dura tempo o bastante pra se tornar inesquecível”. Tenho certeza que ele não será esquecido por mim.
Chorão pregava muitas coisas que eu acreditava.  Sempre me lembro de pensamentos como “Um homem quando está em paz não quer guerra com ninguém” e “Podem me tirar tudo o que tenho, só não podem me tirar as coisas boas que já fiz pra quem eu amo”. Mas será que eu levo comigo o ideal de aproveitar a vida tão pregado pelo eterno skatista de Santos? Por muitas vezes acho que não.  Muitas coisas ficam sempre pra depois. Muitos lugares interessantes ficam esquecidos. Muitas atividades que poderiam me fazer bem e marcar minha vida ficam em segundo plano perante a rotina repetitiva e muitas vezes maçante.
Nunca fui a um show do Charlie Brown. Eu sempre deixava pra próxima e perdi a oportunidade. Agora não tenho mais a chance de ver pessoalmente uma das bandas que mais marcou minha vida. Quantas outras coisas eu perdi por que deixei pra depois? Quantos shows eu perdi? Quantas musicas eu não ouvi? Quantos lugares eu não visitei? Quantas pessoas eu não conheci?  Quantos sabores eu não experimentei?
O Charlie Brown eu não poderei mais ver. Espero que eu não perca outras coisas importantes na vida. Torço pra que minhas atitudes tenham mudado um pouco.
Jean Michell

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Sim, elas gostam dos nerds!


 
 
 
 
Os bonitões que me desculpem, mas inteligência é fundamental! Eu falo mesmo! Tem coisa mais desagradável que um rapaz que é somente mais um rostinho bonito e que quando abre a boca você se arrepende amargamente de conhecê-lo?? 
Todo mundo já passou por algo assim, comprou o “livro” pela capa e quando leu viu a tamanha porcaria que era. Falo isso por experiência própria, um rosto lindíssimo, mas que não valia tamanha desilusão ortográfico-amorosa.  Acredito que para conquistar alguém é necessário  uma boa conversa, carisma e bom humor. Beleza atrai (obvio!), mas o conteúdo marca presença e ganha a batalha. Não vamos viajar na maionese e esperar que o cara declame Camões no primeiro encontro e fale sobre o processo mitótico das células, mas ter um papo legal (cinema, arte, viagens, música, etc.) aliado a gentileza faz muito coração balançar por aí.
A gente vive em uma sociedade que rotula padrões de beleza  e prioriza isso quando buscamos um relacionamento.  Inúmeras vezes eu escutei “É muito simpático, mas não tem barriga de tanquinho e usa óculos!”, o que isso tem de importante? Ou a barriga de tanquinho é um novo método de medir o caráter de um homem? Minha querida, se você prioriza isso nos relacionamentos está passando da hora de acordar e entender que a porcaria daquela barriga um dia vai cair e ficar flácida igual a sua bunda.  Fora isso, a maioria dos homens bonitos tem uma tendência narcisista, se acham os gostosões e a última bolachinha do pacote. Eu tenho muuuita preguiça de homem assim, não é questão de ser dono da pior autoestima do mundo para me conquistar. Pode ser  a coisa mais linda que eu vi na minha humilde existência na Terra, mas se já chegou achando que o mundo vai beijar o seus pés, pra mim perde toda a graça. Lógico que todo mundo tem seu devido valor e isso deve ser bem claro, mas quando uma das partes do relacionamento se supervaloriza e menospreza a outra, não há santo que faça isso ir longe (ou só se você está perdidamente apaixonada e adora bancar a tola).Não adianta eu ficar aqui falando o que é melhor ou pior, cada um sabe o perfil de quem quer se relacionar e suas consequências.  Nerds valorizam suas namoradas, são atenciosos, fofos, tímidos e na maioria dos casos são muito românticos. Se te trocarem por alguma coisa, será por um livro ou trabalho e não por um bando de homens suados correndo atrás de uma bola. Eu citei os nerds aqui, mas vale para todos os outros caras que não se enquadram no perfil “muso da praia”. As mulheres deveriam escolher seus parceiros por tudo o que carregam na cabeça, e não apenas pelo seu corpo e rosto. Ele pode ter barriguinha de cerveja e mesmo assim abrir a porta do carro pra você entrar. Pode usar bermuda xadrez com blusa colorida e todos os dias lembrar o quão importante você é para ele. Ele não curte balada, mas adora ir ao cinema com você todos os domingos. E você pensa em deixá-lo por que suas amigas não o acharam bonito o suficiente para você? Quero mostrar que ninguém é perfeito e às vezes passamos a vida toda buscando um padrão de parceiro que só tem em filmes. Eu já me apaixonei por quem não eram nem um pouco parecido com o Thiago Lacerda, mas que soube me conquistar nas coisas simples e que são muito mais valiosas que um bando de músculos definidos. Tem coisa mais bacana que achar um bilhetinho de “eu te adoro” no meio da sua agenda? Um convite para tomar café à tarde e escutar que o dia melhorou com sua presença ali?  Beleza acaba, dinheiro acaba, só não o caráter e os valores que morrem com a gente.  Da próxima vez que arrumar alguém pense nisso... quem sabe por trás daquele par de óculos e do jeito atrapalhado não está a pessoa que você tanto procura. Se você está aí querendo jogar pedras em mim e achar que tudo isso é balela, tenho certeza que em algum momento gostou de alguém que não era modelo de revista e que fez você se sentir especial como nunca... Não faz mal se ele não é o próximo Mister Mundo, se te faz feliz, o que importa o resto? Eu penso assim e vou continuar pensando, e os bonitões? Os bonitões que me desculpem, mas eu prefiro os nerds ! ;)
 
Ley :)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O chato futuro da comédia


Fico incomodado com o que vejo por aí. Muitas pessoas reclamam que o humor dos meios de comunicação de massa está cada vez mais sem graça, que tudo está muito repetitivo ou até mesmo que no passado era melhor. E ao mesmo tempo vejo cada vez mais notícias de processos, apoiados pelo povo, contra humoristas que fizeram “piadas de mal gosto”, que fizeram piadas “racistas”, piadas “sexistas”, piadas de humor negro,...
Vejo várias pessoas que criticam o humor atual idolatrarem humoristas antigos. Entretanto, poucos percebem que o humor antigamente era mais livre. Piadistas consagrados como Ari Toledo tinham piadas de humor bem negro. E humoristas de unanimidade no público, como Renato Aragão e Chico Anysio tinham brincadeiras pesadas que não seriam aceitas hoje em dia. O Didi chamando o Mussum de negão, por exemplo, seria acusado de racismo pelos politicamente corretos da atualidade.
Como vocês querem que um humor criativo e sempre hilário, se tudo que é feito pro humor é ameaçado por processos judiciais?! Humor exige irreverência. Uma história muito monótona e dentro do cotidiano não pode ser engraçada. Tudo que é comum e não quebra a expectativa não nos faz rir. Em diversas vezes, a comédia necessita de um alvo para ser analisado. Se todos os alvos de piadas se revoltarem e explodirem com acusações judiciais pra cima dos humoristas, não teremos mais alvos. No caminho que estamos tomando, não teremos mais nada. Se continuarmos assim, a única coisa que nos restará são as conversas de boteco com os amigos em que podemos falar o que queremos e ainda teremos que torcer pra que não haja um filho de puta gravando o que dizemos pra nos processar em seguida.
O politicamente correto está destruindo o humor brasileiro aos poucos e as pessoas não percebem. Tudo está errado ao olhar dos “corretos”. Todo comentário na TV, no rádio ou na internet, gera uma rebelião. Todos humoristas que falam pro povo ficam com o cu na mão pensando de que forma poderão ser acusados.
Alguém que traz um notícia, em tom formal, que seja uma falsa acusação, que seja racista, que seja sexista ou qualquer coisa do tipo merece ser punido e processado. Já um humorista não pode ser levado tão a sério. O máximo que ele pode fazer é uma piada ruim. Se você acha que um cara faz piadas ruins, faça igual você faz com as pessoas ao seu redor que você acha chatas, ignore-as. Um comediante sem audiência está fadado ao fracasso, simples assim. Mas impedir um cara de trabalhar ou impedir outras pessoas que gostam dele de escutarem ele é ridículo.
O escritor Mark Twain definiu a censura como “não poder comer um bife só porque um bebê não pode mastigá-lo”. Não é justo eu não poder apreciar boas piadas só porque outras pessoas não são capazes de apreciá-las.
Jean

sábado, 9 de fevereiro de 2013

A viagem da vida



A vida se assemelha muito ao uma viagem de avião. Passamos um bom tempo no começo nos preparando antes do voo. Preparamos nossa bagagem, organizamos as coisas em casa pra tentarmos não ficar sem o essencial, as pessoas nos dão toda a atenção possível...
Na hora da decolagem, acreditamos estar tudo preparado para enfrentarmos qualquer coisa que venha pela frente. Então começamos a acelerar de forma assustadora. Tudo começa a passar por nós rapidamente. Sentimos um grande mudança ao nosso redor.
Depois da decolagem, mantemos a velocidade máxima mas nos habituamos ao estado de alta velocidade. Estamos no ponto mais alto que vamos atingir em todo o percurso. Passaremos a maior parte de nossa vida nesse estado de cruzeiro.
O pouso é o momento em que tudo se aproxima do fim. Há uma grande preparação pra isso. Vamos ter de desacelerar muito rapidamente e se não estivermos em condições podem acontecer grandes catástrofes. Quando finalmente pousamos é que vamos curtir a vida da forma correta. Tudo será saboreado ao seu tempo e que venha uma boa e tranquila diversão.
Jean

domingo, 6 de janeiro de 2013

Momento Passional



      Queria um computador porém não tenho agora. Vou de celular mesmo! Orgulho é algo que deve ser levado com muito cuidado, acompanha a existência humana mas qualquer leve excesso faz mal. Presta atenção na vida. Nunca vou te mandar matar. Matar faz mal pro filho da puta e pra você que se importa comigo também.
       Presta atenção de novo. Me importo com você, não com o cara. Foda-se ele. Mas não foda-se você. Temos uma vida toda pela frente. Filhos da puta existirão em todos os lugares, resta-nos aproveitarmos a festa e a vida. Quero você do meu lado, não quero você preso ou morto. Quero brindar nossas glorias, não sua desgraça.
      Você está do meu lado desde que eu tenho 35 dias de vida, porque vai fugir do meu lado?! Quero você prestando atenção na vida! Quem tá lendo o texto pode estar entediado, não me importo. Faço ele pra você! Orgulho ajuda mas em excesso te afunda. Não to gastando minha vida por isso, por que você vai gastar a sua? Me abraça, me ofende ou me chama de freguês no vídeo game como você sempre fez. Mas não chora e arrisca tudo por besteira. Me abraça e mostra o respeito e a consideração que você tem por mim, que são iguais os que eu tenho por você. Pronto, passou!
       O ano novo começa e temos muitos anos de vida. Não precisa terminar com todo seu futuro. Ai sim eu ia chorar. Choraria sua falta e choraria seu exagero. Fica do meu lado como toda vida e tá tudo certo! Te amo, cara! Posso dizer de peito aberto que tenho um primo que vale uma vida inteira!
       Jean Michell Santiago