Maldade é nossa mente perder a fisionomia e a voz de alguém
que tanto gostamos e não convivemos mais diariamente. Uma luta desleal na
tentativa de não esquecer o sorriso, a risada e até o arquear das sobrancelhas.
É a loucura de sentir o perfume daquela pessoa ao caminhar na rua e olhar em todas as direções na vã intenção de
encontrá-la entre tantos rostos. Fechar os olhos e desejar de volta a sensação
de abraçá-la. Ficar com aquele sorrisinho de lado ao lembrar-se das conversas e
avermelhar-se recordando dos beijos no portão. Alivia-se com um sonho, por mais bobo que seja,
só por ter de volta quem tanto se gosta.
Ele era a busca incessante da minha mente nesses últimos meses. Não
correspondia nem um pouco aos meus padrões de algum tempo atrás, de certa forma
antes o trataria com certo descaso. Com esse jeito diferente foi o único que me
tirou do comodismo e isso faz com que eu o odeie demasiadamente, mas ao mesmo
tempo seja a minha obsessão predileta. Agora
a porcaria do Oceano Atlântico nos separa e aquela maldita música insiste em
tocar no rádio todos os dias, somente para lembrar-me que saudade dói. Raiva é
o que eu sinto só de pensar em todo esse turbilhão que ele causou em mim e depois
decidiu pular fora. Assim é fácil, né? Colocar lenha na fogueira e não colocar
a mão para ver o quão quente está? Se minha conta bancária e os créditos do meu
celular permitissem eu ligaria... ligaria para falar que não é justo encher meu
mundo de ilusões, que não é nada justo me deixar perdidamente apaixonada e
sumir da minha vida sem nem uma previsão de voltar! Eu juro que um dia eu ligo
e vou falar de todas as noites em claro que passei pensando no seu beijo e da
vontade de te ter ao meu lado vendo as estrelas. Vou berrar no telefone que se
ele não voltar, vou buscá-lo e forçá-lo
a ficar pra sempre comigo. Por bem ou mal, será assim... ele vai ser meu, não
sei quando, mas vai ser...
Ley
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