quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Coisas da vida


Dói muito lhe ver assim. Essa mão tão lisinha não combina nenhum pouco com a mão áspera de tempos atrás. Não quero acreditar que esse corpo, antes tão forte e imponente, agora está extremamente debilitado.

A vida realmente brinca conosco. Eu não esperava pela grande melhora que o senhor tivera. Quando nos acostumamos com a vida boa, tivemos um grande susto. Quando superado o susto e estávamos bem novamente, mais esse choque.

Está difícil de acreditar que sairemos bem de mais essa. Não quero lhe ver sofrendo, mas também não quero te perder. É um equilíbrio complexo... de qualquer forma, quero seu bem em todos os momentos.

Eu acreditava ainda termos muita história juntos, acreditava ainda ter muito a aprender com o senhor. Talvez meu maior aprendizado seja os momentos que venho passando, enquanto penso no que ocorre.

Te amo

Jean  

domingo, 22 de janeiro de 2012

A morte, ou será a vida?

A única certeza que temos no começo de uma vida, é a de que um dia ela chegará ao fim. Não me incomodo com a certeza do fim, mas me molesta muito a eterna dúvida de quando chegará o fim.
Não sei se me atiro de cabeça no carpe diem, porque não estarei presente na semana seguinte. Ou se invisto no futuro, calculo bem o que farei porque terei uma vida longa.
Sei que não terei as pessoas que amo sempre ao meu lado, porém não sei quando as perderei.  Pensando bem, saber quando perderei os entes queridos seria estranho também.
É, a morte é algo que me inquieta. Quanto mais penso, menos me conforto com a idéia. Alguém falecer de repente, como em um acidente, parece errado. Entretanto morrer aos poucos, como no caso de uma doença, também não me parece certo. Hoje vi Muhammad Ali na TV, o maior lutador da história do boxe estar todo debilitado daquela forma é inacreditável. Nessa hora fica exposto o caminhar normal da vida, ou morremos cedo ou envelhecemos e ficamos debilitados pra morrer depois.
É justo que a morte não faça sentido , uma vez que ela é o fim da vida,que também não faz sentido.
Jean

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

...

Deito. Tinha que dormir, o pensamento racional diz que o melhor seria adormecer. A cabeça ferve. Nada está bom. Um sentimento diferente invade o corpo, tenho vontade de escrever. Como as coisas puderam mudar tão rapidamente? Acho que o que tem graça muda de repente...
Essa vontade de escrever,nunca tida antes, começa a dar sentido pra uma madrugada que estava perdida. O peito antes apertado e a cabeça antes impaciente começam a entrar em sincronia de um jeito nunca experimentado.
Penso,penso, penso...
Certas peças não se encaixam nenhuma vez, outras podem se encaixar de diversas formas distintas. Sinto-me com um quebra cabeça em que as peças se mexem, teimam e variam sua forma.
Queria poder abraçar algumas pessoas e poder socar outras nesse exato momento, porém só posso escrever. Pelo menos posso redigir essas sentenças que refrescam a mente e aquecem o peito, esquecendo que elas podem piorar a situação quando se forem.
 Será que tudo continua mudando sempre? Ou será que nada muda, exceto minha limitada forma de ver tudo?
Essa certamente não é a noite das respostas. Ela apenas me faz jogar fatos pro alto.
Ok , não quero mais respostas. Vou aproveitar esse fértil solo de perguntas pra conseguir o máximo delas que eu conseguir. Quando for o tempo das respostas, espero estar preparado...
Jean

domingo, 8 de janeiro de 2012

Esse ano sempre será lembrado

Comecei 2011 querendo que muita coisa mudasse. Meu pensamento era que eu tinha que mudar e não mudaria se o mundo ao meu redor não mudasse. Provoquei as transformações. Era necessário. A zona de conforto era tão agradável que começava a incomodar.
Mudei em muitos sentidos. Mudei de casa, de cidade, de estado, de instituição de ensino,no jeito de ser, na forma de ver a vida e de lidar com tudo. Fiquei mais duro com algumas coisas e mais molenga com outras. Vejo as relações humanas com mais cuidado e o nojo aparece com mais freqüência.
Entrei na faculdade. Conheci muita gente. Convivi com goianos, paulistas,cariocas,baianos,pernambucanos,mineiros,capixabas, japoneses,colombianos,peruanos,chilenos,espanhóis e franceses. Afastei de muita gente, algumas por vontade própria, outras por vontade do destino(ou da outra pessoa, vai saber...). Descobri coisas demais: o que é realmente estudar, o que é sentir muitas saudades,o que é quase por fogo na cozinha, o que é perder noites de sono, o que é ser reprovado, o que é contar os segundos pra voltar pra casa,...
Visitei vários lugares. Catalão, Campinas,Piracicaba, Guarujá, Uruguai, Chile todos tiveram  contribuição para que esse ano fosse  marcante. Firmei amizades que mesmo distantes conseguem influenciar meu dia a dia.
Mesmo com tantas transformações mantive meus alicerces na minha família e em alguns amigos que são pra toda a vida.
2011 teve sofrimento e sacrifícios mas valeu a pena. Espero que o 2012 tenha no mínimo o mesmo valor do ano que passou.
Espero que tenha sido bom pra todos e que eu não tenha enchido o saco de muita gente. Que todos tenham um excelente 2012!
Jean
“Não sou como deveria ser
Nem o que eu queria ser
Ou o que virei a ser.
Mas estou feliz por não ser mais quem costumava ser.” John Wooden
                        

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

By:Bárbara Naves

Texto de uma amiga, que me senti na obrigação de compartilhar 

                                              
                                                          "Pobre que sou


 E as novidades do que foi? E no time, o que meu filho é? De minha mão perdi a idade, a paciência pra dores alheias. De minha mulher perdi os olhos, os afagos, os temores. Assuntos reservados. Contas em dia. Bocas caladas. Me perdi em tantos fios brancos de árvore, em tantas tintas entubadas e em tantas letras digitais que nem sinto mais o magnetismo da lua, nem o choro de um vizinho, nem o gosto do doce. Me perdi em pernas tristes, em corpos sem alma, em negócios lucrativos. Pobre de mim, que mar de papel pra conseguir conforto me foi trocado por companhia sincera, por amor sem demora e à espera. Me diz então, como posso estar mais perdido? Quero de novo ser o resposável por gargalhadas honestas, o irresponsável da barba mal feita e pai de meu filho. Quero me amar pelo que sou, sem orgulhos de ser esperto, de sonegar tão bem impostos tão bem encobertos. Me olhar no espelho e ver um homem, sem marcas nas roupas, tão pouco na consciência. Quero desabafar, afroxar meu peito apertado, respirar em ar menos abafado, ler sobre como as estrelas são antigas. Meu bem, quero te ter nos braços como se na minha cabeça mais cabelos houvessem, menos números e mais cores, como numa juventude passada, num verão antigo, num lençol amassado. Primeiro me desculpo com os que feri. Com os que caíram com meus empurrões, com os que nem a falta me foram suficientemente percebida. Me desculpo com os que faltei. Com os amigos do peito que mal festejei e com minha família que espantei. Peço desculpas a mim, por me deixar navegar em águas tão sujas e fedorentas, em corpos tão vagos e fraturados. Juro que estou sendo sincero. Juro! Mas me perdoar é difícil. Foi difícil me pedir perdão, me abrir os olhos quando o comodismo me encantou como uma sereia leviana, com a qual me joguei, sem barco, de roupa, com tudo, mas pedi pra voltar. Me vi em correnteza forte, mas sou mais forte que o que há. Continuo na correnteza, com braços firmes e abertos. Espero por mim à margem, espero por quem não esperei. Te espero na margem."

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Bumerangue

Nunca tive um bumerangue
Não acreditava que ele voltaria
Havia a possibilidade dele não ser capaz de voltar
Havia também a possibilidade de eu não ser capaz de fazê-lo voltar

E se ele voltasse uma vez e nunca mais voltasse?
Eu passaria a vida toda tentando
Acreditando que um dia o feito pudesse se repetir
Para que ele pudesse preencher um enorme espaço vago
Que poderia não ter sido criado

Será que a alegria de um momento vale a espera inútil por tanto tempo?
Acreditava que não
Mas está na hora de descobrir.

Jean