No inicio,
ela era apenas mais um estranha que aparecia onde eu moro. A casa é grande e
aparece todo tipo de gente. Durante alguns meses, ela se mostrou mais estranha
que a média. Toda cheia de piercings , com infinitas malas e um peixe , ela não
me agradou muito inicialmente. Seu silêncio também não ajudava a conhecê-la.
Ainda bem
que esse negócio de que a primeira impressão é a que fica não acontece comigo.
No inicio desse ano, aquele menina estranha foi mostrando outros lados. Ela
continuou a se mostrar estranha, mas era uma estranha interessante. Era
estranho ver ela falar com facilidade coisas que outros esconderiam até o fim
da vida e ao mesmo tempo era interessante ouvir aquilo e poder sem sincero
também.
Quando
passei a me aproximar dela, fiquei sabendo que ela iria partir no futuro. Ouvi
falar da partida, não gostei e ignorei porque era mais produtivo ir pro quarto
dela conversar ao invés de ficar lamentando a partida.
Outros meses
se passaram e ignorei a data de ir embora. Segui conversando com aquela menina
diferente. Me acostumei a trocar idéia com ela todos os dias. Mesmo quando não
tinha nada pra falar, era divertido fazer uma careta no corredor pra fazê-la
rir e desfazer aquela cara séria sem motivo.
Agora que
ela se mudou e foi buscar algo melhor em uma cidade distante, tenho que me
acostumar em não mais ver aquele rosto engraçado na janela, a não mais
conversar sobre a vida num momento de ócio e nem a zoar ela por sua risada
engraçada. Acredito que ela se encaixe bem na música de Raul Seixas ,
“metamorfose ambulante”, e faz parte dessa metamorfose essa nova mudança.
A casa volta
a se esvaziar um pouco. Outro ciclo de renovação começa. Espero que outras
pessoas legais ocupem seu espaço na casa. Espero também que nossa amizade se
conserve sincera e engraçada. Boa sorte na nova empreitada.
Jean
Olha só genteeeeeeeeeeeeeeee...
ResponderExcluir<3
Ficou tão lindo!!