terça-feira, 3 de setembro de 2013

Metamorfose Ambulante

No inicio, ela era apenas mais um estranha que aparecia onde eu moro. A casa é grande e aparece todo tipo de gente. Durante alguns meses, ela se mostrou mais estranha que a média. Toda cheia de piercings , com infinitas malas e um peixe , ela não me agradou muito inicialmente. Seu silêncio também não ajudava a conhecê-la.
Ainda bem que esse negócio de que a primeira impressão é a que fica não acontece comigo. No inicio desse ano, aquele menina estranha foi mostrando outros lados. Ela continuou a se mostrar estranha, mas era uma estranha interessante. Era estranho ver ela falar com facilidade coisas que outros esconderiam até o fim da vida e ao mesmo tempo era interessante ouvir aquilo e poder sem sincero também.
Quando passei a me aproximar dela, fiquei sabendo que ela iria partir no futuro. Ouvi falar da partida, não gostei e ignorei porque era mais produtivo ir pro quarto dela conversar ao invés de ficar lamentando a partida.
Outros meses se passaram e ignorei a data de ir embora. Segui conversando com aquela menina diferente. Me acostumei a trocar idéia com ela todos os dias. Mesmo quando não tinha nada pra falar, era divertido fazer uma careta no corredor pra fazê-la rir e desfazer aquela cara séria sem motivo.
Agora que ela se mudou e foi buscar algo melhor em uma cidade distante, tenho que me acostumar em não mais ver aquele rosto engraçado na janela, a não mais conversar sobre a vida num momento de ócio e nem a zoar ela por sua risada engraçada. Acredito que ela se encaixe bem na música de Raul Seixas , “metamorfose ambulante”, e faz parte dessa metamorfose essa nova mudança.
A casa volta a se esvaziar um pouco. Outro ciclo de renovação começa. Espero que outras pessoas legais ocupem seu espaço na casa. Espero também que nossa amizade se conserve sincera e engraçada. Boa sorte na nova empreitada.

Jean

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