Ah, coração, alguns te desenham todo detalhado tentando
expressar a sua imagem real, como fez minha amiga Leyri, outros te desenham
daquela forma mais simples e vermelha que todos conhecemos S2. Acho que nenhuma dessas formas cumpre uma
ótima função. Você é muito complexo para ser desenhado em apenas um traço e é
muito inexato para ser expresso com tanta precisão como os médicos fazem.
Você podia ser mais fácil de entender. Seu hábito de pulsar
incessantemente te faz achar que suas oscilações durante um dia ou minutos são
quase imperceptivels. Essas alterações que parecem pequenas pra você me fazem
sofrer ou rir descontroladamente, me fazem enfiar a cara em algo que parece sem
chances de dar certo.
Reclamo de sua intensidade às vezes, mas é só uma forma de
lidar com o sofrimento. Quero mais é viver na intensidade máxima. Quero chegar ao
maior ápice possível mesmo que pra isso seja preciso passar por vales
profundos. Por isso te peço, coração, pulse o mais forte que você puder e toque
sua canção no último volume. Quando houver muitas dores, as superaremos. E
quando existir apenas indiferença em seu interior, simplesmente pare de bater.
Jean Michell Santiago
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